quarta-feira, 24 de junho de 2009

San Vito

San Vito

O universo mágico e milagroso dos santos é algo muito novo na minha vida. Posso dizer sem nenhuma vergonha que o mais próximo que tinha de referência nesse sentido tem a ver com as festas juninas. Três santos nossos meio nordestinos, Santo Antônio, São João e pra fechar as comeorações São Pedro, justo aquele responsável pelas chuvas. Não sei bem, mas imagino que São João é muito próximo das crianças e Santo Antônio se pendurar de cabeça a baixo ajuda a casar... Eu não sei de onde saiu essa idéia, virar a cabeça de Antônio serve pra ele não esquecer ou é tortura mesmo? Toda casa tem uma imagem de São Jorge, lembro de Betânia cantando isso, também Jorge Ben Jor, ele é mais forte no Rio de Janeiro, mas é repeitado e guerreiro.

Tem tantos outros que passam na mente. Nossa Senhora de Aparecida que "arrasta" multidões, também nesse segmento tem os "santos populares" como o glorioso Padre Cícero, recordações, lembranças com alguns detalhes que explodem de vez em quando dentro da cabeça.

Quando eu conheci Bari, conheci junto com a cidade San Nicola, santo padroeiro e que me identifiquei de imediato... ele também estrangeiro e negro. Viramos confidentes e amigos de viagem, quer dizer não consigo viajar sem ele na bolsa, o que as vezes gera discussão aqui em casa e debate para decidir quem vai poder viajar com San Nicola. Na cidade de Granada (Espanha) a igreja de San Nicola é uma belíssima surpresa, depois de cmainhar durante um bom tempo, subindo ladeiras e olhando as ruelas encantadas ciganas você chega no ponto mais alto e no templo sagrado. Da frente da igreja é possível apreciar uma vista que emociona e simplesmente é a mais privilegiada de Allambra, pode-se observar de longe todo aquele palácio alucinante.

Agora estou descobrindo um santo protetor que é uma criança, San Vito Martire, o padroeiro de Polignano a Mare. Morreu aos 15 anos profetizando o cristianismo, num período em que a religião era proibida e operando milagres. No último dia 17 de junho, depois de 3 dias de festa, Polignano concluiu mais uma comemoração em nomede San Vito. No primeiro dia a imagem percorre 2 milhas num barco, acompanhada do prefeito, policiais e padre, da praia de San Vito até Cala Paura. Chega nos braços, parece uma crianças pequena, protegida, especial, amada. Depois vem a recepção, os fogos, a banda, a chuva de papel, as janelas que mostram tecidos coloridos pendurados ( o que explicita a fé e a devoção) e as pessoas. Tanta gente que enche a cidade e o centro histórico, criando um universo que as vezes lembra uma quermesse de interior com barraquinhas, algodão doce e o coreto da pracinha arrumado e em outros momentos é tão particular e inconfundivelmente uma manifestação típica do lugar.

Para concluir, há mais de 80 anos ocorre em São Paulo a Festa de São Vito, organizada pela Associação Beneficente e fruto da significativa imigração polignanese na cidade, em particular no bairro do Brás. Atualmente mais de 300.000 descendentes de polignanese habitam em São Paulo.

http://www.associacaosaovito.com.br/

domingo, 14 de junho de 2009

CAMINHADA NOS "SASSIS"!





















No último sábado 13 de junho nós fizemos uma caminhada na cidade milenar Matera. A cidade é misteriosa e surpreendente, não é a tôa que foi escolhida como cenário para o filme "A Paixão de Cristo" de Mel Gibson. O nosso itinerário percorreu os chamados "sassis", casas antigas na região baixa , fomos numa espécie de visita guiada por dois senhores que contaram como foi crescer naquele local e a dificuldade do período da guerra. Ao final, nos sentamos num local que não tenho como descrever, mas as fotos podem ajudar a imaginação, luz fantástica de fim de tarde, comida típica dos agricultores (le rappe con pane), cerejas frescas, degustação de vinho e jazz ao vivo com baixo acústico e violão. A Revista Vida Simples fez uma reportagem muito interessante intitulada: Matera - as pedras da milenar cidade italiana contemplam a passagem do tempo. Realmente um grande presente, segue um trecho e o link:http://vidasimples.abril.com.br/edicoes/073/horizontes/slide_399704.shtml

Casas, algumas com até nove séculos, parecem ordenadas aos pés da torre do Duomo di Matera, no alto e ao longe

Matera, no sul da Itália, na região da Basilicata, é uma cidade rara, daquelas que revelam ser, antes de quaisquer outros rótulos, um lugar de pequenas histórias. Histórias das mais cotidianas às curiosas, histórias dos anônimos que ali se deixam perder ou de mestres do cinema interessados em contar as suas. Pier Paolo Pasolini filmou ali seu Evangelho Segundo São Mateus (1964) e Mel Gibson, sua Paixão de Cristo (2004), por encontrarem quase intocada, no sul da Itália, uma réplica em pedra e austeridade da Jerusalém bíblica. A história de Matera abunda em incertitudes. Sabe-se, por exemplo, que, após a queda do Império Romano do Ocidente (476), a cidade foi destruída pelos ostrogodos e logo depois dominada pelo Império Bizantino. Sofreria outras destruições e novos renascimentos. É um desses milagres improváveis, portanto, que parte de sua beleza pétrea tenha sido preservada para o desfrute dos séculos seguintes. Únicos, os “sassi” (pedras) são os antigos bairros rupestres de Matera, sugerem desordem (e efetivamente as edificações são erguidas umas sobre as outras). Foram essas casas amontoadas, em tom ocre, que fizeram da cidade um patrimônio cultural da humanidade. Pudera: muitas das edificações ainda em uso contam com mais de nove séculos. Pouco se pensa sobre o momento de deixar a cidade, ainda que este esteja próximo. Pensa-se sim, e muito, em como se tornar mais parte dali, de suas pedras, suas muitas igrejas, suas casas incrustadas na rocha e seu tempo único. Lá não se tem pressa. Tem-se calma de viver como em poucos cenários ainda se presencia. Calma que se move com vagar pelos labirintos de pedra, já que ali se tem a certeza (quase) irrefutável da eternidade. Claus Lehmann

segunda-feira, 8 de junho de 2009

ENCONTRO DOS LEITORES BARESES!


















Ontem, 07 de junho ocorreu a reunião mensal dos leitores bareses "lettori baresi". Este foi o meu segundo encontro e como os dias por aqui já estão quentes, decidimos fazer numa região mais alta chamada Cassano, na casa de Domenico. Como falei aqui no blog o livro escolhido para o debate era 'A Promessa' de Friedrich Dürrenmatt, gênero policial "romanzo giallo", com uma discussão metanarrativa no final. Vale a pena ler o livro, pra mim tinha um gostinho especial porque estava lendo a tradução em italiano, tive que voltar ao início quando já estava na página 40 para recuperar o "fio da meada", então era mais alegria de ter conseguido finalizá-lo, do que propriamente satisfação com o desfecho. Mesmo assim, na minha opinião, o livro é intrigante e deixa o leitor com muita curiosidade. Quando voltei pra casa resolvi alugar o filme, com o mesmo nome, protagonizado por Jack Nicholson e com direção de Sean Penn. Não quero ser radical, mas estou convencida que Sean Penn deve se ater APENAS a atuar, não gosto do seu estilo, da trilha sonora que costuma utilizar, do falso suspense, enfim não gosto mesmo da sua direção. Estragou o final do livro, só para resumir o drama. Bem, o livro selecionado para o próximo encontro foi o que indiquei IUPIIIIII, Budapeste de Chico Buarque, aqui traduzido fica Budapest e tem a foto do Rio na capa, acho que como estratégia de venda. Fiquei muito contente com a escolha do grupo e aproveito para recomendar aqueles que ainda não leram a fazer isso e depois me contar o que acharam.

CASAMENTO DE FÁBIO E CECÍLIA!


Fábio & Cecília

Hoje tive a alegria de receber um email com os detalhes oficiais da cerimônia civil de casamento da minha amiga Cecília, também conhecida como Ceci ou nos nossos momentos inspirados "Fridoca". O matrimônio ocorrerá no próximo dia 11 de julho no Rio de Janeiro às 10h da manhã. Fico imensamente feliz porque sei que muito além da formalidade e dos documentos existem duas pessoas muito especiais que juntas já há algum tempo conseguem levar muito sério a filosofia do amor. Uma pena não estar no Rio para comer a pizza da comemoração, para ver a minha amiga tão linda e certamente radiante, para dar um super abraço nos pais da noiva Sr. Nilton e Sra. Graça que admiro e quero um bem enorme. O noivo nem se fala, é o máximo, maestro de bateria de samba, parceiro na boemia, taurino como eu e apaixonado pela Fridoca. É isso, desejo toda a felicidade do mundo para vocês, exatamente por isso, compartilho com os outros amigos que tenho e aguardarei o nosso breve reencontro para comemorarmos "alla grande" como se diz por aqui.