domingo, 14 de junho de 2009

CAMINHADA NOS "SASSIS"!





















No último sábado 13 de junho nós fizemos uma caminhada na cidade milenar Matera. A cidade é misteriosa e surpreendente, não é a tôa que foi escolhida como cenário para o filme "A Paixão de Cristo" de Mel Gibson. O nosso itinerário percorreu os chamados "sassis", casas antigas na região baixa , fomos numa espécie de visita guiada por dois senhores que contaram como foi crescer naquele local e a dificuldade do período da guerra. Ao final, nos sentamos num local que não tenho como descrever, mas as fotos podem ajudar a imaginação, luz fantástica de fim de tarde, comida típica dos agricultores (le rappe con pane), cerejas frescas, degustação de vinho e jazz ao vivo com baixo acústico e violão. A Revista Vida Simples fez uma reportagem muito interessante intitulada: Matera - as pedras da milenar cidade italiana contemplam a passagem do tempo. Realmente um grande presente, segue um trecho e o link:http://vidasimples.abril.com.br/edicoes/073/horizontes/slide_399704.shtml

Casas, algumas com até nove séculos, parecem ordenadas aos pés da torre do Duomo di Matera, no alto e ao longe

Matera, no sul da Itália, na região da Basilicata, é uma cidade rara, daquelas que revelam ser, antes de quaisquer outros rótulos, um lugar de pequenas histórias. Histórias das mais cotidianas às curiosas, histórias dos anônimos que ali se deixam perder ou de mestres do cinema interessados em contar as suas. Pier Paolo Pasolini filmou ali seu Evangelho Segundo São Mateus (1964) e Mel Gibson, sua Paixão de Cristo (2004), por encontrarem quase intocada, no sul da Itália, uma réplica em pedra e austeridade da Jerusalém bíblica. A história de Matera abunda em incertitudes. Sabe-se, por exemplo, que, após a queda do Império Romano do Ocidente (476), a cidade foi destruída pelos ostrogodos e logo depois dominada pelo Império Bizantino. Sofreria outras destruições e novos renascimentos. É um desses milagres improváveis, portanto, que parte de sua beleza pétrea tenha sido preservada para o desfrute dos séculos seguintes. Únicos, os “sassi” (pedras) são os antigos bairros rupestres de Matera, sugerem desordem (e efetivamente as edificações são erguidas umas sobre as outras). Foram essas casas amontoadas, em tom ocre, que fizeram da cidade um patrimônio cultural da humanidade. Pudera: muitas das edificações ainda em uso contam com mais de nove séculos. Pouco se pensa sobre o momento de deixar a cidade, ainda que este esteja próximo. Pensa-se sim, e muito, em como se tornar mais parte dali, de suas pedras, suas muitas igrejas, suas casas incrustadas na rocha e seu tempo único. Lá não se tem pressa. Tem-se calma de viver como em poucos cenários ainda se presencia. Calma que se move com vagar pelos labirintos de pedra, já que ali se tem a certeza (quase) irrefutável da eternidade. Claus Lehmann

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